Associação Portuguesa de Psicogerontologia

Toma de antidepressivos após AVC aumenta capacidade cognitiva

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Toma de antidepressivos após AVC aumenta capacidade cognitiva

A toma de antidepressivos após um acidente vascular cerebral (AVC) poderá ajudar a reparar os danos cerebrais e aumentar as capacidades cognitivas, sugere um estudo publicado nos “Archives of General Psychiatry”.

Na investigação liderada por Ricardo E. Jorge, a equipa da University of Iowa, nos EUA, contou com a participação de 129 pacientes que tinham sofrido um AVC e que não apresentavam sintomas de depressão. Os pacientes foram acompanhados durante três meses depois de terem tido o AVC e foram aleatoriamente divididos em três grupos. Um grupo foi submetido à toma diária de escitalopram, um antidepressivo inibidor da recaptação da serotonina, um outro à toma de um placebo e um terceiro grupo participou num programa de terapia adequado para pessoas com depressão.

Os investigadores constataram que, após 12 semanas de tratamento, em comparação com os pacientes que estavam a tomar o placebo ou que tinham ingressado no programa de terapia, os que estavam a tomar o escitalopram obtiveram melhores resultados nos testes de capacidade de raciocínio, aprendizagem e memória, incluindo memória verbal e visual.

Para além disso, as alterações na capacidade cognitiva observadas nos pacientes que estavam a tomar o antidepressivo aumentaram a sua capacidade de realizar as actividades da vida diária.

Em declarações ao sítio HealthDay, Ricardo E. Jorge revelou que “é importante realçar que as mudanças observadas na função cognitiva eram independentes de qualquer efeito da medicação nos sintomas depressivos”.

O investigador acrescentou ainda que doses baixas de antidepressivos podem ajudar os pacientes a recuperar de um AVC. “O mecanismo deste efeito é desconhecido, mas pode estar relacionado com alterações funcionais e estruturais que ocorrem durante o período em que o cérebro se reorganiza para conseguir restaurar a sua função. Por exemplo, os antidepressivos podem favorecer a criação de novos neurónios em áreas do córtex cerebral relacionadas com funções de memória e de suporte da formação de novas ligações neuronais.”

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A Associação Portuguesa de Psicogerontologia-APP, Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos e de âmbito nacional, dedica-se às questões biopsicológicas e sociais inerentes ao envelhecimento e às pessoas idosas, visa a promoção da dignificação, respeito, saúde, autonomia, participação e segurança das pessoas idosas, num quadro de envelhecimento ativo e de solidariedade intergeracional, e de uma sociedade mais inclusiva para todas as idades, promove novas mentalidades e combate estereótipos negativos relativamente à idade e ao envelhecimento.